segunda-feira, 15 de outubro de 2012

# 01 - Début

                 Estava muito escuro. Aos poucos se tornava impossível enxergar. Porém, minha audição estava mais aguçada do que nunca. Ouvia um gemido que estava se tornando em gritos desesperadores a medida que ia me ajustando ao local. Via vultos. Muitos vultos. Decidi acreditar que era minha visão periférica. Mas, mesmo assim, me faziam ficar com medo. A voz que ecoava do final do corredor estava ficando mais forte. Era como se uma pessoa estivesse sendo molestada por seus próprios medos. Decidi me aproximar. No corredor onde eu me situava, havia muitas janelas. Temia o que sairiam delas. Quando dei meu primeiro passo ao encontro da voz, várias criaturas parecidas com aranhas gigantes começaram a sair das janelas. Parcialmente, pareciam aranhas comuns. Conforme fui observando, vi que as criaturas possuíam faces humanas e uma boca parecida a de um jacaré. Elas gritavam com ódio. O que me fez gritar. Não estava entendendo o que acontecia, mas era assustador demais. O grito era inevitável. A voz, que ouvi quando cheguei a aquele lugar, suplicava por socorro. Era uma voz muito familiar. O que me deixou mais desesperado. Precisava atravessar aquele corredor cercado de "aranhas-homens-jacarés". No três, entrei naquele redemoinho de bichos assustadores. Eles me agarravam e rasgavam minha roupa. Tentava me livrar, mas era, praticamente, impossível.  Suas presas cravavam em meu braço e eu já chorava de dor. Encharcado de sangue, cheguei ao final do corredor. As criaturas desapareceram derrepentemente e o cessaram-se os gritos. O lugar ficou num silêncio mortal. Abri a porta que estava no final do corredor. Estava suando frio. Meus olhos cheios de lágrimas. Ao abrir a porta completamente, deparei-me com um corpo completamente esquartejado. Seus olhos estavam ao lado dos seus braços enquanto suas pernas estavam quebradas e viradas para o lado contrario. Gritava muito. Perguntava-me quem havia feito isso com ela. Era um corpo feminino, pois seus cabelos haviam sidos cortados e espalhados por todas as partes do seu corpo flagelado. Eu chorava desesperadamente tentando sair daquele pesadelo. Mas como? Derrepente, ouvi uma voz. A voz que iria me salvar. 
                   - Matt, Acorda! Pelo amor de Deus , acorda!
Acordei procurando por oxigênio. Estava completamente encharcado de suor e, segundo minha irmã, eu estava gritando muito. 
                   - Está tudo bem? - disse minha irmã - Mais um daqueles pesadelos?
                   - Tudo bem. Sim, mais um daqueles pesadelos. Mas já tá tudo certo. 
                   - Vou buscar um copo com água pra você.


Era mais um daqueles pesadelos. Porém, com uma única diferença. Neste, eu havia reconhecido o corpo esquartejado. Era de Mary, minha irmã. 
  



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