Na minha frente estava um homem alto, forte, negro e com um tipo de
roupa bem exótico. Vestia uma calça bege e uma blusa espantada com muitos
trapézios. No seu pescoço havia um cordão com um pingente de cabeça de tigre.
Fique paralisado quando o vi.
- Posso falar com vocês? –
repetiu.
- Quem é você?
- Pertenço a Associação Taigã e
tenho informações sobre sua irmã.
Gelei. O que aquele cara
estranho saberia sobre minha irmã?
- Minha irmã?
- Sim. Não foi sua irmã que foi
sequestrada á 30 minutos?
- S-s-sim. Entre. – disse gaguejando.
Pedi para que o homem sentasse
no sofá enquanto explicava a situação a minha mãe. Quando a tranquilizei,
sentamos em frente ao homem e perguntei:
- A propósito, qual seu nome?
- Buig. Taigã Buig.
-Então Buig, diga o que sabe
sobre minha irmã, pois não temos muito tempo a perder.
- Me chame de Taigã Buig, por
favor. Como dizia faço parte da Associação Taigã. Ou seja, os adoradores do
Tigre Sagrado. Em uma de nossas reuniões , foi nos revelado que sua irmã é a Josei tigure, mulher do tigre.
- Como assim? Mulher do tigre?
- Diz a lenda que, quando o
sagrado tigre encontrasse a suprema Josei,
seus subordinados deveriam sacrifica-la para que Taigã dormisse em paz com
sua amada.
Aquilo soava muito estranho.
Minha irmã sempre fora normal. Nuca se envolvera com seitas ou feitiçaria.
- E a que propósito o senhor
veio aqui? – disse minha mãe.
-Faço parte da Associação. Porém,
não me interesso mais em continuar naquilo. – gostaria de saber a que ele se
referia dizendo “naquilo”- Ocupo um cargo alto na seita e conheço suas
façanhas. Eles não estão a fim de sacrificar sua irmã como um ato religioso,
mas sim como canibalismo.
Que seita era essa? Além de
considerarem-se “subordinados” de um tigre idiota qualquer, era canibais. E
queriam comer minha irmã!
- Desejo ajudá-los. – disse Buig
– Mas temos que ser rápidos. O Ritual começa daqui a trinta minutos.
Trinta
minutos?! Minha irmã iria virar espetinho de carne para loucos canibais
adoradores de felinos! Tinha que correr.
- Mãe, vou com Buig. Preciso
salvá-la – disse a minha mãe- Vamos Buig.
-Mas, mas...
Deixei minha mãe falando sozinha
e fui. Corremos muito. Entramos em becos, subimos ladeiras, abrimos portas.
- Chegamos. – disse Buig – Feche
os olhos.
-Hãn?
- Feche os olhos!
Fechei meus olhos. Tive a
sensação de sair da atmosfera e ir a outro planeta. Buig havia nos
teletransportado a um lugar extremamente horroroso. Tudo era escuro e girava.
Tinha um cheiro ruim, porém, suportável. Estávamos em outra dimensão. Em um submundo
.O mundo dos Taigãns.
- Tente não demonstrar medo.
Eles logo sentirão uma presença estranha. Aja com naturalidade.
- Ta certo.
Começamos a entrar em becos
estreitos até chegarmos a um corredor largo e cheio de janelas. Aquele era o
corredor do meu pesadelo.
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