terça-feira, 20 de novembro de 2012

# O desespero dos inconsciêntes - 03

               Tudo aquilo era estranho demais. Mas, para uma pessoa que não possuia nenhuma razão para viver, ir para um bairro marginalizado do México e procurar por quatro irmãos psicopatas, até que seria uma boa opção de lazer. Na estrada, perguntara a Daniel por que ele se interessara em minha história . Afinal, onde vivemos, a caridade não é um hábito comum. Ele não quis responder. Decidi não explorar sua boa vontade e mudei de assunto. A viagem fora cansativa. México ficava muito longe de minha cidade e levamos uns dois dias para chegar. Porém , por um lado foi bom . Daniel me devolvera a alegria. Por mais que eu não o conhecesse e não fossemos amigos intímos, rimos, brigamos, brincamos. Ele era um bom rapaz, e por isso eu confiava em seu caráter. Mas a alegria durava pouco. Me perguntara por que minha mãe havia escondido o seu passado. A ideia de que foi só por causa dos atos de Abby não entrava em minha cabeça. Por mais que isso doesse seu coração, acredito que ela falaria comigo. Sempre fomos muito abertas para esse assunto. Enquanto me afogava em meu mar de dúvida, Daniel me salvou com um peteleco.
               - Ei moçinha! Chegamos.
               Despertei rápidamente e me surpreendi com o que vi. Uma série de casas mal constuidas, crianças sujas e magras por todos os lados. Gritaria. Dor. Pobreza. O estado de calamidade no qual aquele bairro se encontrava era dramático.
               - Bom , - disse Dan - lamento por te trazer aqui , mas isso é necessário.
               - O.K.
               - Agora vamos parar em uma pousada aqui perto para deixarmos nossa bagagem e irmos comprar algumas coisas para o "Attack" ! - disse brincando.
               - Aqui existe pousada?
               - Sim, por que não existiria? - disse irônicamente.
               Chegamos a uma pousada simples. Logo apos deixarmos nossas bagagens no quarto, descemos e fomos a um bairro de classe média e compramos as ferramentas. Almoças e retornamos para a pousada. A tarde foi tediosa. Daniel me esplicou novamente o plano e me deu algumas características dos irmãos Cruz.
               - Entendeu?
               - Sim .
               - Agora vá se deitar que o dia amanhã vai ser cheio - me deu um beijo na testa - Boa Noite Sta. Samantha.
               - Boa noite Dan.
               Não sabia ao certo o que aconteceria, mas fui durmir segura. O beijo dele fizera algum efeito.

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