sábado, 17 de novembro de 2012

# O desespero dos inconsciêntes - 01

        Sugestão de música para ouvir enquanto se lê o texto: Monster- Paramore

Era uma tarde fria. Já havia um tempo que eu me  trancara dentro do meu quarto e ouvia algumas músicas antigas. Na minha mente lembranças e na minha alma o vazio. O vazio de alguém que perdeu tudo que tinha: os pais. Lembro dos gritos, das chamas e do terror. Eu havia saido para estudar em horário integral. Só voltaria para casa ao cair da noite. Sai feliz. Dei o último beijo e o último abraço em meus pais. Nunca imaginei que sentiria tanta falta desse hábito. A aula havia sido muito produtiva, mas eu sentia um aperto enorme no coração. Fui para casa correndo para ver se estava tudo certo. Quando cheguei , desabei. Minha casa estava em chamas. Havia bombeiros por todos os lados. Minhas lágrimas tranbordaram dos meu olhos. Eu queria correr e salvar meus pais, mas um bombeiro me impediu dizendo que eles já estavam fazendo o que podiam e, caso eu entrasse, poderia atrapalhar o andamento. Minhas mãos tremiam e na minha cabeça se passavam mil e uma coisas. Procurei saber dos bombeiros onde estavam meus pais, e a notícia veio como se eu estivesse levando um soco.
       - O que nos parece , Sta. Samantha, é que foi um incêndio acidental. Infelizmente , não conseguimos retirar seus pais de lá pois os seus corpos já estavam totalmente degenerados. Sinto muito. 
       Aquilo que havia acontecido me tirara o chão, o ar, a vida. Nunca mais fui a boa aluna, a boa amiga , a boa filha. E nunca mais poderia ser. 
       Mas, recentemente, recebi uma ligação de um desconhecido dizendo que o acidente dos meus pais , na verdade , não foi um acidente. 
       - Alô, é da casa da Sta. Samantha?
       - Sim , sou eu mesma. 
       - Bom, estou ligando para falar sobre algo que a senhorita já deveria saber a muito tempo. O acidente dos seus pais foi proposital. Eu tenho informações preciosas. Caso queira analisar o caso, me encontre daqui a 30 minutos a um quarteirão daqui. 
       - Calma, quem é vo..- desligara o telefone.
       Não sabia o que fazer. Desde que acontecero o incêndio, passara pela minha cabeça a possibilidade de não ter sido um acidente. Mas não me aprofundara no assunto. Quem seria essa pessoa? E se fosse verdade, quem seriam os culpados pela morte dos meu pais? E por que fariam isso?
       Coloquei minha calça jeans, meu casaco de moleton e caminhei para para o próximo quarteirão.

                        



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